Inflação: o que é e como pode afetá-lo
A inflação é descrita pelos economistas como sendo uma subida generalizada dos preços. Pegando num cabaz representativo do consumo das famílias, diz-se que existe inflação quando os preços dos vários produtos que constituem o cabaz sobem de forma continuada. Os economistas usam este cabaz (composto por produtos desde alimentos até à eletricidade e habitação) para estimar o nível de preços numa certa economia.
A inflação é um fenómeno que passa muitas vezes despercebido, retirando ao consumidor poder de compra sem este notar.
A inflação é um fenómeno que passa muitas vezes despercebido, retirando-lhe poder de compra sem notar.
Os aumentos dos preços nem sempre são denunciados. Imagine que um pacote da sua marca preferida de bolachas custa hoje 1€ no supermercado. Amanhã vai comprá-lo e repara que o preço subiu para 1.1€. Fica um pouco aborrecido, mas acaba por achar relativamente inofensivo este aumento… afinal, são só dez cêntimos!
A verdade é que, não raramente, um aumento do preço de um produto isolado não vem só. É provável que o preço das suas bolachas tenha aumentado devido a um aumento do custo de alguma das matérias necessárias ao seu fabrico. Muitas vezes, essa matéria não entra só na produção das bolachas, como também na de muitos outros produtos. Por exemplo, imagine um aumento do preço do petróleo, uma fonte de energia essencial à produção de muitos dos produtos que consumimos diariamente, incluindo o seu transporte. O aumento do preço do petróleo irá fazer aumentar os custos das empresas, forçando-as a subir os preços dos seus produtos.
Deste modo, para além de o preço das bolachas ter subido, muitos outros preços subiram também. Pode-se ter dado o caso de o preço do pacote de leite ter subido de 0.5€ para 0.55€, o do pão de 0.2€ para 0.22€ e o das laranjas de 1.5€/kg para 1.65€/kg.
Fazendo as contas, cada um destes produtos aumentou de preço em 10%. Isto significa que, caso o seu carrinho de compras mensal custasse antes 200€, agora custa 220€.
Caso o seu rendimento não tenha subido em pelo menos 10%, isto traduz-se numa perda de poder de compra. Caso o seu rendimento não tenha subido de todo, neste momento apenas consegue comprar cerca de 90% dos produtos que comprava antes do aumento dos preços em 10%, o que é significativo.
Para muitas famílias, esta perda de poder de compra pode ser muito grave, e em casos mais sérios pode mesmo levar à queda abaixo do limiar da pobreza.
Durante muitos anos, graças a vários fatores, vivemos um clima de taxas de inflação muito baixas. No entanto, fatores como a pandemia da Covid-19 ou a Guerra entre a Rússia e Ucrânia colocaram grandes pressões nos preços. Segundo o Banco de Portugal, a taxa de inflação em junho de 2022 foi de 9% (relativamente ao mesmo período no ano anterior).
Períodos de grande inflação requerem uma ponderação ainda maior por parte dos consumidores. Os salários, ao não acompanharem esta subida de preços, perdem poder de compra. As famílias devem acompanhar de perto estas subidas de preço e tentar adaptar os seus orçamentos às mesmas.
Autoria: Finanças para Todos